PLR

Negociação da PLR 2025 na Isa Energia segue sem avanços após quinta rodada

Empresa se compromete apenas com parte das reivindicações. Sindicatos pressionam por melhorias nos indicadores e condições de trabalho. Próxima reunião será no dia 18 de junho

Escrito por : Débora Piloni, com informações da Secretaria Geral do Sinergia CUT 13 de junho de 2025
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Autor da foto: Bira Dantas

A quinta rodada de negociação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2025 entre a Isa Energia (antiga Isa Cteep) e os sindicatos ligados ao projeto Sinergia CUT (Sinergia Campinas, Sinergia Mococa, Sinergia Bauru, Sinergia Araraquara, Sinergia Sindergel e Sinergia Prudente), além de outras entidades sindicais, aconteceu nesta quinta-feira, 12 de junho, sem grandes avanços.

Para essa reunião, a empresa trouxe gestores das áreas envolvidas para responder, ponto a ponto, à contraproposta apresentada pelas entidades sindicais na rodada anterior ocorrida no dia 09 de junho.

A empresa iniciou a reunião destacando o compromisso assumido pelo Brasil no Acordo Internacional de Paris, que prevê a redução da emissão de carbono. Nesse contexto, um dos objetivos dos indicadores propostos para a PLR 2025 é aferir o controle da emissão máxima de gás SF6/kg e a redução das emissões de CO₂, alinhado ao conceito de ecoeficiência.

A meta apresentada é uma redução de 20% nas emissões provenientes de vazamentos de SF6 nos últimos três anos.

Entre as ações em andamento, foi destacado:

  • Manutenção preventiva e resposta rápida para mitigar vazamentos de SF6;
  • Substituição de 22 disjuntores com histórico de vazamento;
  • Troca de 33 veículos pesados movidos a diesel por modelos flex;
  • Renovação de uma frota de 25 caminhões, passando de modelos nos padrões EURO 1 a EURO 5 para o novo padrão EURO 6, modelo 2025.

Em seguida, foram discutidos os itens 3 e 10 da contraproposta apresentada pelos sindicatos:

 3. Incluir o expurgo do tempo de deslocamento para reenergização de equipamentos desligados por perturbação.

 10. Criar um grupo de avaliação e expurgo de perturbações com impactos elétricos e financeiros na rede elétrica da Isa Energia.

A resposta do gestor responsável não foi considerada convincente. Ele afirmou, de forma evasiva, que a empresa não concorda com o expurgo solicitado por entender que a demanda “não faz sentido”.

Diante disso, os sindicatos contestaram, argumentando que há diversas instalações desassistidas, o que, na prática, aumenta significativamente o tempo de deslocamento das equipes. Além disso, destacaram que, em grandes centros como São Paulo, a complexidade do trânsito dificulta ainda mais esses atendimentos. Por isso, solicitaram que ao menos as ocorrências anormais sejam analisadas e expurgadas para fins de PLR.

Os representantes sindicais também questionaram se a empresa tem aplicado corretamente o regime de sobreaviso e demais condições que assegurem qualidade e agilidade no atendimento.

Ao detalhar o item 4 da contraproposta dos sindicatos — “Incluir a recomposição da parcela fixa da PLR 2025 com o mesmo índice do resultado acumulado da RAP (Receita Anual Permitida) e RBSE (Rede Básica de Serviço Existente) de 2015 a 2024” — uma das gestoras da empresa apresentou uma explicação técnica sobre o Ebitda.

A gestora detalhou as definições do Ebitda que demonstram a capacidade real de geração de caixa operacional, sendo útil para comparar o desempenho entre empesas do mesmo setor. Permite avaliar a saúde financeira, especialmente no que diz respeito ao pagamento de dívidas, alavancagem e viabilidade de novos investimentos. Apresentou a evolução do Ebitda regulatório de 2015 a 2025, saindo de 428 mil (2015) para 3.843 mil (2025 projeção).

Ebitda regulatório: pagamentos dos impostos federais, investimentos em ativos com RAP após o período de obras (média 3 anos), custos de capital próprio (acionistas) e de terceiros (bancos).

Em 10 de junho, a Aneel, colocando fim a uma discussão complexa e motivo de intensa disputa judicial, aprovou o recálculo das indenizações pagas as transmissoras de energia, resultando em uma economia de 5,6 bilhões para o sistema elétrico entre 2025 e 2028, impactando na redução da RAP da Isa Energia. Diante disso estipulou uma meta para o Ebitda alinhada com valores definidos nesta redução. Avaliação da companhia que esta decisão não foi tão ruim, que o risco judicial poderia trazer uma decisão pior para as empresas impactadas.

Na sequência, foi discutido o item 1 da contraproposta:

1 – Manutenção das metas: os sindicatos solicitaram uma margem de segurança de 10% no índice da parcela variável (PV), propondo a redução de seu peso de 15% para 10%. Sugeriram ainda redistribuir 2,5% para o plano de manutenção e 2,5% para o avanço físico dos projetos.

A proposta da empresa inclui a criação de um novo indicador denominado “Cumprimento do Avanço Financeiro de Projetos Descentralizados”, com peso de 5%, e a redução do peso do atual indicador “Parcela Variável” de 15% para 10%.

Os sindicatos questionaram a ausência de histórico desse novo indicador. A empresa respondeu que a carteira estimada para 2025 é de R$ 100 milhões, mas não há dados de anos anteriores. Até abril, foram executados R$ 27,2 milhões; até maio, cerca de 44% da meta já havia sido atingida. Segundo a empresa, esses projetos envolvem a substituição de ativos com risco de falha, garantindo a confiabilidade do sistema elétrico.

Respondendo item a item, a empresa informou que não atenderá às seguintes reivindicações dos sindicatos:

  • Item 2: Incluir índice de superação de metas na mesma proporção do potencial das perdas;
  • Item 3: Incluir expurgo do tempo de deslocamento para reenergização de equipamentos desligados por perturbação;
  • Item 4: Incluir recomposição da parcela fixa da PLR 2025 com base no resultado acumulado da RAP e RBSE de 2015 a 2024;
  • Item 5: Garantir o recebimento mínimo individual de PLR equivalente a 1,5 salário base + adicionais fixos;
  • Item 10: Criar grupo de avaliação e expurgo de perturbações com impactos elétricos e financeiros na rede da Isa Energia.

Em relação aos itens 3 e 10, a empresa se comprometeu a registrar por escrito que levará as considerações dos sindicatos à companhia ao final da aferição das metas da PLR 2025.

Quanto aos itens abaixo, houve concordância da empresa com a proposta dos sindicatos:

  • Item 6: Garantir a negociação da PLR 2026 — metas, indicadores e valores — até abril de 2026;
  • Item 7: Revisar o modelo, metas, indicadores e valores da PLR 2026 a partir da assinatura do ACT 2025/2026;
  • Item 8: Agendar reunião para apresentação da metodologia e metas 20/40 logo após a assinatura do ACT 2025/2026;
  • Item 9: Reativar o grupo de discussão e acompanhamento da PLR a partir da PLR 2025.

Os sindicatos reforçaram que, embora a empresa tenha aceitado alguns pontos, não apresentou avanços que melhorem o valor da PLR 2025. Reivindicaram o fechamento completo da proposta ainda este ano, com a definição de indicadores, metas e valores finais, além da garantia de antecipação de R$ 6.000,00 em 30 de agosto de 2025.

A empresa informou que levará a proposta completa à sua Direção e, na sequência, abrirá a mesa de negociação da data-base.

A próxima reunião está marcada para o dia 18 de junho, às 13h, em formato virtual.

 

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