Laís Abramo debate “Cuidados Familiares” no 9º FormaSin Mulher promovido pelo Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT
Encontro híbrido aconteceu na quinta (05), dando continuidade à formação de dirigentes e trabalhadoras do Sinergia CUT
Escrito por Débora Piloni, com informações do Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT 9 de junho de 2025
A socióloga Laís Wendel Abramo foi a convidada especial do 9º FormaSin Mulher, realizado na última quinta-feira (5), na sede do Sinergia Campinas. O evento, promovido pelo Coletivo de Mulheres e pela Área de Formação do Sinergia CUT, ocorreu em formato híbrido e reuniu dirigentes e trabalhadoras do Sindicato.
Com uma trajetória marcada pela atuação em organismos internacionais e no governo federal, Laís atualmente ocupa o cargo de secretária Nacional de Cuidados e Família do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
Laís Abramo trouxe reflexões sobre o tema central do encontro: “Cuidados Familiares”. Ela destacou a relevância do cuidado como eixo das relações familiares e sociais e abordou os desafios para sua valorização nas políticas públicas. Segundo a socióloga, é essencial reconhecer o cuidado como um direito e como trabalho, frequentemente invisibilizado e realizado majoritariamente por mulheres.
O debate incluiu a recente Lei nº 15.069/2024, que institui, de forma inédita no Brasil, a Política Nacional de Cuidados. A legislação garante o direito ao cuidado, de receber, oferecer e praticar o cuidado, e promove a corresponsabilidade entre Estado, famílias, comunidade, setor privado, homens e mulheres. A lei também incentiva Estados e municípios a criarem seus próprios planos de cuidado.
Entre os objetivos da política estão:
- Garantir o direito ao cuidado por meio de políticas públicas inclusivas.
- Qualificar o acesso ao cuidado para quem cuida e para quem é cuidado.
- Permitir a conciliação entre trabalho remunerado e responsabilidades familiares.
- Valorizar o trabalho remunerado do cuidado.
- Reconhecer, reduzir e redistribuir o trabalho não remunerado.
- Enfrentar desigualdades estruturais de gênero, raça, etnia, renda e deficiência.
- Promover mudanças culturais na divisão do trabalho de cuidado.
Para Rosana Gazzolla, coordenadora do Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT, a participação de Laís Abramo foi uma verdadeira aula sobre políticas do cuidado. Ela destacou que os sindicatos têm papel essencial na implementação de direitos concretos, como a inclusão de cláusulas sobre auxílio-creche nos acordos coletivos, extensivo também aos pais, e a promoção da igualdade salarial e de oportunidades para as mulheres. Veja os principais pontos destacados por Gazzolla:
- Garantir o direito ao cuidado, sob a perspectiva de políticas públicas que reconheçam a interdependência
- promover políticas públicas que garantam o acesso ao cuidado com qualidade para quem cuida de quem é cuidado
- promover e incentivar ações que permitam a compatibilização entre trabalho remunerados e as responsabilidades familiares ao cuidado
- promover o trabalho decente para as trabalhadoras e os trabalhadores remunerados do cuidado
- promover o reconhecimento, a redução e a redistribuição do trabalho não remunerado do cuidado
- promover o enfrentamento das desigualdades estruturais no acesso ao direito do cuidado (de gênero, raça, etnia, renda e deficiência), reconhecendo a diversidade de quem cuida de quem é cuidado
- promover a mudança cultural relacionada a divisão sexual, racial e social do trabalho de cuidado.
O Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT reafirmou seu compromisso com a pauta das mulheres e incluiu os temas debatidos no 9º FormaSin Mulher na campanha salarial da categoria.
Sempre estaremos aqui: por +direitos, +empregos e + renda!