Ex-ministro da Educação e pastor ligado a Bolsonaro são presos pela PF

Ministro Milton Ribeiro saiu do governo após suspeitas sobre atuação de pastores na liberação de verbas no Ministério da Educação

Escrito por 22 de junho de 2022
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A Justiça Federal determinou a prisão preventiva de Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro (PL), na manhã desta quarta-feira (22). Ele é acusado de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa, tráfico de influência na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A divulgação do chamado ‘bolsolão do MEC’ derrubou o ministro, que pediu para sair em março deste ano. 

Os pastores bolsonaristas Arilton Moura e Gilmar Santos, suspeitos de integrarem um esquema de propina dentro do MEC, também receberam ordem de prisão preventiva que está sendo cumprida pela Polícia Federal. Ribeiro e ao menos um dos pastores, Gilmar Santos, já foram presos.

Batizada de Acesso Pago pela PF, a operação investiga a prática de “tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos” do FNDE e foi autorizada pela 15ª Vara Federal do Distrito Federal. 

Ao todo, são cumpridos nesta quarta 13 mandados de busca e apreensão e cinco prisões preventivas. As operações ocorrem nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal. A justiça também emitiu uma medida cautelar proibindo contato entre os investigados.

A investigação teve início no Supremo Tribunal Federal e foi remetida à primeira instância depois que Milton Ribeiro deixou o Ministério da Educação, em março deste ano. Também em março, em depoimento à PF, Ribeiro disse que apenas obedecia ordens do presidente. 

Segundo disse aos agentes, Bolsonaro, de fato, pedia que o Ministério repassasse as verbas para os municípios indicados pelos pastores Gilmar Silva e Arilton Moura. 

A ação dos pastores e o orçamento secreto criado pelo governo e pelo Centrão, facilitaram o rombo nas contas do MEC e não demorou muito para as denúncias do “Bolsolão do MEC” começaram a aparecer.

Os ataques são aos cofres do FNDE, cujo presidente é Marcelo Lopes da Ponte, que foi chefe de gabinete do ministro-chefe da Casa Civil Ciro Nogueira (PP) e é também apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). 

Confira algumas denúncias:

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