Entenda como vão funcionar o Pix automático e o Pix agendado
Banco Central, responsável pela criação da modalidade de pagamento, avalia que novos serviços irão atingir mais pessoas que as atuais
Escrito por 12 de dezembro de 2023O Pix automático vai operar como é hoje o débito automático. É mais uma opção de pagamento para as contas que se tem todo o mês, como água, luz, escola, academia, condomínio e por aí vai. Todas as pessoas que usam o Pix vão poder ter essa opção independentemente do banco em que possui conta. Para pessoa física o serviço não terá cobrança de tarifa.
Na avaliação do Banco Central, o Pix automático pode alcançar ainda mais gente do que o débito automático. Isso porque quando uma empresa oferece o serviço de débito automático, como as companhias de água e luz, por exemplo, ela precisa fechar acordo com os principais bancos do mercado. Com isso, clientes de instituições financeiras menores podem ficar de fora. A modalidade de transferência e pagamento foi responsável por incluir 71,5 milhões de usuários no sistema financeiro, de acordo com balanço divbulgado no mês passado quando o Pix completou três anos.
Pix agendado
Já o Pix agendado, ou recorrente, é parecido com uma transferência agendada, usada para pagar serviços que são pagos de forma regular, como diarista e psicólogo. Mediante uma autorização prévia, o usuário vai poder ter determinado pagamento debitado, de forma automática, todo mês, sem precisar lembrar de pagar a fatura e fazer um agendamento ou uma autenticação a cada operação. Esse funcionará apenas para transferência entre pessoas físicas.
Os números do Pix
Até 31 de outubro deste ano, os números eram de 146.861.796 usuários pessoas físicas e 14.462.733 pessoas jurídicas. No total, são mais de 161 milhões de usuários do serviço. Foram 674.606.199 chaves cadastradas até 31 de outubro de 2023. No período, o serviço registrou 9,4 bilhões de operações. Na sequência, aparecem as transações com cartão de crédito (4,4 bi); cartão de débito (3,9 bi); e cartão pré-pago (2,4 bi).
Somente no ano passado a modalidade como meio de pagamento foi a mais utilizada no país. Foram 24 bilhões de operações, que totalizaram R$ 1,2 trilhão.
Pai do Pix
No Brasil, o pai (e as mães) do Pix foram os funcionários de carreira do Banco Central. Em 2022 o então presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) chegou a dizer que a modalidade de pagamento havia sido criada pelo seu governo.
A portaria do Banco Central que instituiu o grupo de trabalho para desenvolver uma ferramenta interbancária de pagamento instantâneo foi publicada em 3 de maio de 2018, muito antes da eleição de Bolsonaro.
A modalidade de pagamento sequer constou no programa de governo de Bolsonaro quando candidato em 2018. O sistema de pagamento instantâneo foi criado e implementado pelos Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil – ou seja, por servidores concursados de Estado, como explícito em nota do Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central (Sinal), divulgada nas eleições de 2022, quando Bolsonaro tentou tomar para si a criação do programa de pagamentos, que é hoje amplamente difundido no Brasil.
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