Encontro reforça mobilização pelo Plebiscito Popular
Evento reuniu lideranças e especialistas para debater propostas que dialogam com a vida da classe trabalhadora e estão no centro da consulta popular organizada por movimentos sociais e centrais sindicais
Escrito por Talita Cazari - CUT SP 12 de junho de 2025
A CUT São Paulo realizou nesta terça-feira (11) o Encontro de Organização do Plebiscito Popular, uma atividade que reuniu representantes de diversas entidades para fortalecer o debate sobre justiça tributária, valorização do trabalho e participação popular.
O Plebiscito Popular, organizado pelas entidades que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entre elas a CUT, tem como objetivo ouvir a população sobre propostas que impactam diretamente a vida da classe trabalhadora. As perguntas centrais da consulta são:
• Você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e do fim da escala 6×1?
• Você é a favor de que quem ganha mais de R$ 50 mil por mês pague mais impostos para que quem recebe até R$ 5 mil fique isento do Imposto de Renda?
Para o secretário de Mobilização da CUT-SP, Osvaldo Bezerra (Pipoka), o plebiscito é uma ferramenta poderosa de conscientização:
“O encontro de hoje cumpre uma tarefa fundamental: levar informação pra base, explicar com clareza o que está em jogo no plebiscito e mostrar que é possível construir um Brasil mais justo com a participação popular.”
Rosilene Wansetto, secretária da Rede Jubileu Sul, abordou o histórico e os objetivos do Plebiscito Popular. Segundo ela, a consulta é um instrumento democrático e de resistência:
“O plebiscito serve para dar voz ao povo e denunciar o modelo econômico que concentra renda, desmonta direitos e destrói o bem comum. É uma forma de mobilizar a sociedade e pautar um outro projeto de país.”
Durante o evento, a presidenta do Instituto Justiça Fiscal, Clair Hickmann, convidada pela CUT-SP, destacou a urgência de uma reforma tributária que combata desigualdades. Ela defendeu a proposta do governo federal de isentar do Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos como um passo concreto rumo à justiça social:
“Essa medida trará alívio para milhões de trabalhadoras e trabalhadores e contribui para reverter o cenário atual, em que os mais pobres são os que mais pagam impostos.”
A atividade contou ainda com a presença de Victor Pagani, diretor técnico do Dieese, que apresentou um panorama das transformações no mundo do trabalho. Ele criticou os efeitos da reforma trabalhista de 2017, o crescimento dos contratos precários e alertou para os impactos na saúde mental da classe trabalhadora:
“O trabalho tem que ser bom pra vida. Os números do INSS mostram o aumento de afastamentos por doenças psicossociais. Isso é reflexo direto de um modelo de trabalho que adoece.”
O encontro marca mais um passo na mobilização popular para ouvir a classe trabalhadora, defender seus direitos e construir, com participação ativa da sociedade, um Brasil mais justo, com trabalho digno, justiça social e justiça tributária.
O Plebiscito Popular por um Brasil Mais Justo será realizado entre os meses de julho e setembro de 2025, com milhares de pontos de votação espalhados por todo o país. Os resultados serão entregues diretamente ao presidente Lula, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, como expressão legítima da vontade popular.