Centrais e sindicatos voltam a cobrar juros menores. Copom deve reduzir taxa
Sindicalista chama política monetária de “extorsiva”. Governo indica dois novos nomes para direção do BC
Escrito por 31 de outubro de 2023
São Paulo – No primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta terça-feira (31), representantes de centrais e sindicatos voltaram a cobrar juros menores. Havia manifestações programadas em várias cidades. O Copom anuncia o resultado amanhã (1º) à noite. A aposta é de novo corte – seria o terceiro seguido – na taxa básica (Selic), atualmente em 12,75% ao ano.
“Manter os juros altos prejudica o investimento do Estado em áreas essenciais como infraestrutura, saúde e educação, trava os investimentos no setor produtivo e a geração de emprego e renda. Só beneficia, em sua maioria, instituições financeiras, que são as maiores detentoras dos títulos da dívida pública”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Neiva Ribeiro.
Para ela, a política monetária comandada por Roberto Campos Neto, presidente do BC, é “extorsiva”. Em aproximadamente um ano e meio, entre 2021 e 2022, a Selic foi de 2% para 13,75%. Permaneceu assim até agosto, quando o Copom anunciou corte de meio ponto percentual, que se repetiu na reunião seguinte, no mês passado. Agora, a expectativa é de nova redução de meio ponto, para 12,25% ao ano.
Novos integrantes do BC
Dois novos nomes foram indicados para a diretoria do Banco Central: o professor Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) e o servidor Rodrigo Teixeira (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta). O anúncio foi feito ontem (30) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Sinal, sindicato dos funcionários do BC, elogiou as escolhas.
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Para o presidente da entidade, Fábio Faiad, as indicações de um acadêmico e de um servidor de carreira são compatíveis com a reivindicação de “maior pluralidade de vozes” na direção, além da “não interferência de interesses do mercado financeiro”. Assim, ele lembra que o sindicato já se manifesta há tempos contra a predominância de nomes vinculados ao sistema financeiro nas instâncias de decisão do BC.