Nota da CUT-SP: Ataques à ministra Marina Silva são covardes e sexistas
A CUT-SP reforça as manifestações de apoio à Marina, que possui uma importante trajetória de luta e defesa pela justiça climática e social, reconhecida mundialmente, inclusive
Escrito por CUT São Paulo 28 de maio de 2025
A Direção da CUT-SP se solidariza com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva, vítima de ataques de ao menos três parlamentares ao participar de audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, realizada na última terça-feira, 27 de maio.
Durante a audiência, Marina foi interrompida diversas vezes de forma desrespeitosa e teve até seu microfone cortado, o que a impediu de responder às calúnias e ofensas que os senadores lhe fizeram.
Primeiro o presidente do colegiado, Marcos Rogério (PL-RO), exigiu que Marina se colocasse “no seu lugar”. Já o senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que ela não tinha “direito” de fazer seu trabalho com base nas leis. Ao ponto em que Plínio Valério (PSDB-AM) disse que a respeitava como mulher, mas não como ministra.
As cenas de desrespeito, covardia e machismo – bem como a tentativa de silenciamento – são inaceitáveis em qualquer espaço, sobretudo numa instituição pública onde o diálogo e o respeito são norteadores do trabalho.
É estarrecedor, ainda, que em 2025 um parlamentar diga a uma mulher o que ela deva ou não fazer. No entanto, essa fala não surpreende, pois expressa exatamente a violência enfrentada por muitas mulheres diariamente pelo país.
Cabe destacar que essa violência também ocorre dias após a aprovação pelo Senado do Projeto de Lei (PL) 2159/2021, que desmonta o licenciamento ambiental no Brasil, permitindo a supressão de áreas de mata sem análise prévia dos órgãos ambientais estaduais ou federais – medida em que o Ministério do Meio Ambiente se posicionou contrariamente.
A CUT-SP reforça as manifestações de apoio à Marina, que possui uma importante trajetória de luta e defesa pela justiça climática e social, reconhecida mundialmente, inclusive. A Central estadual espera que o a Presidência do Senado tome as medidas necessárias para responsabilizar todos os envolvidos nos ataques.
28 de maio de 2025
Direção da CUT São Paulo