Terceirizada da CPFL registra três acidentes de trabalho em intervalo de cerca de um ano
As denúncias chegaram ao Sindicato, que cobra a concessionária sua responsabilidade
Escrito por Redação Sinergia CUT 17 de janeiro de 2025
Um trabalhador da Progen, empresa terceirizada da CPFL, recebeu uma descarga elétrica após um estouro na fiação enquanto realizava um reparo na rede elétrica pública, no último dia 11, em Serra Negra (SP). Ele sofreu queimaduras pelo corpo e foi levado a um hospital especializado neste tipo de atendimento, não correndo risco de morte. Esse é terceiro acidente em um intervalo de cerca de um ano registrado com os trabalhadores da Progen. Em 2024, duas pessoas morreram durante o trabalho, segundo denúncias recebidas pelo Sinergia CUT.
O Sindicato acompanha os casos, mesmo não representando esses trabalhadores da Progen, e cobra a empresa tomadora, no caso a CPFL, sobre sua responsabilidade nesses acidentes de trabalho, já que há a suspeita de que esses terceirizados não estariam recebendo o treinamento adequado e exigido para exercer esse tipo de atividade, ou seja, insuficiente e em tempo recorde. O trabalhador, que chegou a cair no chão desmaiado com o choque, em Serra Negra, tinha 10 anos de experiência em linha viva. O acidente aconteceu porque a cobertura circular correu e provocou o fogo, que atingiu as costas do trabalhador.
Os outros dois acidentes de trabalho, que resultaram em duas mortes, aconteceram em 4 de janeiro de 2024 em uma área rural de Espírito Santo do Pinhal, quando um trabalhador da Progen encostou a cordoalha na rede de média tensão energizada ao tentar girá-la, levando uma descarga elétrica que o matou, e em setembro de 2024 em Lins, quando um poste se quebrou caindo sobre um trabalhador da empresa, causando o seu óbito.
Além disso, segundo as denúncias, esses eletricitários não tiveram as mesmas condições de trabalho que as oferecidas aos trabalhadores contratados pela concessionária. Por isso, o Sinergia CUT luta também para que esses terceirizados possam ter o mesmo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que os trabalhadores da CPFL, obtendo assim as mesmas coberturas e direitos. O Sindicato reitera que não é contra os terceirizados, mas sim a terceirização. A entidade tem denunciado essa prática em todas as contribuições enviadas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O Sinergia CUT lembra ainda que a terceirização no setor elétrico brasileiro causou a redução considerável do quadro de funcionários próprios das concessionárias, levando, inclusive, à diminuição do piso salarial e dos benefícios, à maior rotatividade e ao aumento da jornada de trabalho. É só lembrar que o setor tinha mais de 50 mil trabalhadores e hoje têm um terço disso. Sem contar, o reflexo disso para a sociedade, que a deterioração do atendimento à população e do serviço prestado à ela, como vem sendo constatado com os constantes apagões na área de cobertura da Enel São Paulo.
Por melhores condições de trabalho e renda. Nossa luta transforma vidas