Sinergia CUT critica alta na tarifa e defende controle social da energia
Com adicional de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos, contas de luz estão mais caras em agosto. Sindicato denuncia impactos sociais com Bandeira Vermelha da Aneel
Escrito por Débora Piloni, com informações da Secretaria Geral do Sinergia CUT 1 de agosto de 2025
O mês de agosto já começou e com peso extra nas contas de luz. Desde hoje, dia 1º, está em vigor a Bandeira Vermelha patamar 2, o nível mais alto do sistema tarifário da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A medida representa um acréscimo de R$ 7,87 para cada 100 kWh consumidos e afeta todos os consumidores: residenciais, comerciais, industriais e rurais.
A decisão foi anunciada pela Agência reguladora no último dia 25 de julho, com a justificativa de que a escassez de chuvas reduziu a capacidade de geração das hidrelétricas, exigindo o uso de termelétricas, fonte mais cara.
Para o Sinergia CUT, o problema vai muito além das condições climáticas. A alta da tarifa é reflexo de um modelo construído sem transparência e sem participação social, que submete um bem essencial como a energia elétrica a interesses que não representam a maioria da população.
“A energia cara não interessa à soberania do Brasil. Ela prejudica a indústria nacional, afeta a geração de empregos, pesa na renda das famílias e compromete o acesso à energia, um direito básico de todos”, afirma o Carlos Alberto Alves, presidente do Sinergia CUT.
A entidade sindical também denuncia os efeitos das chamadas “emendas jabutis”, que são dispositivos incluídos em leis sem relação com o tema original.
Recentemente, o Governo Federal buscou conter os efeitos negativos dessas emendas incluídas na Lei da Geração Eólica Offshore (Lei nº 15.097/2025), por meio da publicação da Medida Provisória nº 1.304/2025. Contudo, muitas iniciativas legislativas terminam sendo alteradas pelos “jabutis”, que não visam preservar tarifas de energia alinhadas aos interesses soberanos do Brasil.
“As estruturas e fórmulas que compõem as tarifas de energia formam um emaranhado tão complexo que parece ter sido feito justamente para afastar a sociedade do debate sobre o setor elétrico”, ressalta Carlos Alberto.
Além de pesar no bolso, a atual política tarifária intensifica a exclusão e a pobreza energética, dificultando o acesso da população mais vulnerável a um serviço essencial.
Por isso, o Sinergia CUT reafirma sua luta pela democratização do setor elétrico, pela universalização do acesso à energia e pela reconstrução dos espaços de controle social, como a participação dos trabalhadores e da sociedade civil na Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (ARSESP).
Sempre estaremos aqui: por +direitos, +empregos e + renda!










