Sinergia CUT cobra coerência do BNDES em financiamento à Auren Energia
Entidade questiona empréstimo de R$ 200 milhões a empresa que promove demissões em massa e precarização
Escrito por Débora Piloni, com informações da Secretaria Geral do Sinergia CUT 5 de agosto de 2025
O Sinergia CUT enviou correspondência ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para questionar o empréstimo concedido à Auren Energia sem contrapartidas sociais e sem diálogo com as entidades que representam os(as) trabalhadores(as).
Isso porque, no último dia 25 de julho, o BNDES aprovou um financiamento de R$ 200 milhões para a Auren Energia. O objetivo, segundo o banco, é viabilizar investimentos em dois parques eólicos no Rio Grande do Norte: Cajuína B 19 (23,6 MW) e Cajuína B 20 (29,5 MW), que integram o Complexo Eólico Cajuína II, no município de Bodó (RN), além do sistema de transmissão associado.
Conforme noticiado pela CNN, um representante da Auren Energia afirmou que o BNDES seria parceiro de longa data da empresa e apoia a estratégia da companhia de diversificar seu portfólio com base em uma matriz energética mais eficiente e alinhada aos objetivos da transição energética nacional. Segundo a empresa, o recurso obtido tem como finalidade ampliar a oferta de energia renovável, contribuir para a preservação ambiental e gerar empregos, em conformidade com os princípios da transição energética.
Muita contradição
Ocorre que a Auren Energia pratica demissões em massa, precariza condições de trabalho e busca reduzir direitos conquistados na luta histórica dos trabalhadores eletricitários, em completa dissonância com o Plano Nacional de Transição Energética, que tem por eixo estratégico a transição justa e inclusiva, socialmente justa, com criação de oportunidades de emprego, qualificação profissional e desenvolvimento social para as comunidades impactadas.
O Sinergia CUT, historicamente, defende que os empréstimos concedidos pelo BNDES estejam vinculados a contrapartidas sociais, como a criação e a manutenção de empregos decentes no setor. Essa condição é fundamental para viabilizar o modelo de desenvolvimento sustentável que o próprio banco afirma promover. Conforme website do BNDES:
“Nosso foco é integrar a agenda econômica, social, ambiental e climática, para que o país possa atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), realizar a transição justa para uma economia neutra em carbono e alcançar prosperidade econômica. Isso se traduz em toda nossa forma de atuar, desde as políticas que regem nossas atividades, passando pelos nossos compromissos, até chegar nos resultados dessa atuação em prol do desenvolvimento sustentável.”
Mais diálogo e coerência
Além de encaminhar carta questionando o empréstimo, a entidade sindical também solicitou uma reunião específica com o BNDES. Aguarde!










