Para o Sinergia CUT, apesar do empenho de trabalhadores e trabalhadoras, distribuidoras de energia só pensam em lucros
Cidades que estão sem energia há três dias acionam a CPFL na Justiça para que restabeleça o serviço à população. Sindicato exige respeito e reconhecimento à categoria
Escrito por : Lílian Parise, da Redação do Sinergia CUT 25 de setembro de 2025
Os temporais que atingiram várias cidades paulistas na última segunda-feira (22) deixaram muita gente da capital, litoral e interior sem energia elétrica durante horas. A consequência é que moradores de áreas urbanas e rurais atingidos pelos cortes por horas ou dias acumularam enormes prejuízos nas residências, comércios, plantações e pesqueiros.
Para a direção do Sinergia CUT essa é sempre uma tragédia anunciada. “Apesar do empenho e da dedicação de trabalhadores e trabalhadoras das distribuidoras de energia, essa situação escancara a falta de investimentos das empresas em pessoal, com redução de postos de trabalho, baixos salários, precarização, demissões e sobrecarga para quem ficou”, denuncia o Sindicato.
O resultado é que, passados três dias das tempestades, consumidores residenciais e comerciais de várias cidades ainda continuam sem luz nas casas e locais de trabalho por falta de atendimento rápido em situações de emergência, para garantir o direito universal à energia. E os prejuízos vão se acumulando.
Botucatu entra com ação contra CPFL
Situação complicada que levou a prefeitura de Botucatu a entrar com uma ação judicial contra a CPFL Energia, concessionária responsável pelo fornecimento na região, nesta quinta-feira (25).
De acordo com declaração do prefeito Fábio Leite (PSD) a um jornal local, a ação é uma resposta ao descumprimento do compromisso da CPFL em restabelecer totalmente a energia até a noite de quarta (24), quando esteve na sede da empresa em Campinas para cobrar solução.
Em rede social, o prefeito afirmou que “nossa cidade está desde segunda-feira sofrendo com a falta de luz após a tempestade, e não aceitaremos demora. Exigi reforço de equipes e agilidade total para devolver à população o que é um direito básico: energia elétrica”. E continuou: “No entanto, não tivemos a solução definitiva e, por isso, optei com a Procuradoria pelo ingresso da ação”.
Destacou também que a ação “já foi protocolada e que os trâmites seguem junto ao Ministério Público e ao Judiciário de Botucatu. Nosso objetivo é garantir que a população tenha seu direito respeitado e que situações como essa sejam tratadas com a urgência que merecem”.
Saúde física e mental em risco
O Sinergia CUT apurou que outras cidades do interior paulista também pensam em acionar a CPFL na Justiça. Lembrou também que a Resolução Normativa nº 1.000/2021, que consolidou e atualizou as regras do setor elétrico, manteve a exigência de restabelecimento do fornecimento em 24 horas para instalações urbanas e 48 horas para rurais, sob pena de multa diária.
Apesar disso, empresas como a CPFL só pensam em acumular lucros para dividir com acionistas ou remeter para fora do país, afirma o Sindicato. “São concessionárias de um serviço público essencial ao desenvolvimento econômico e à vida, mas parece que esquecem que assinaram contratos que exigem contrapartidas, cobrando tarifas altíssimas e deixando a população na mão e a categoria em perigo”.
Aliás, a situação perigosa de trabalhadores e trabalhadoras é a maior preocupação da entidade. “É um pessoal qualificado e dedicado, mas cada vez mais reduzido e sem nenhum reconhecimento principalmente no econômico. Os salários são cada vez mais baixos, as PLRs estão cada vez piores, as condições de trabalho sempre mais e mais precarizadas. O resultado desse acúmulo de trabalho afeta a saúde física e mental, aumentando o adoecimento da categoria”.
Sem falar que, como é de conhecimento geral, as chuvas de verão vêm aí, “o que vai exigir muito mais desses trabalhadores e trabalhadoras que se empenham diariamente, chova ou faça sol, mas não têm nenhuma contrapartida e convivem com a insegurança financeira, inclusive na divisão dos lucros paga na PLR. Passou da hora de serem respeitados e reconhecidos”, alerta o Sinergia CUT.
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