No 7º curso de capacitação, vereadora Guida Calixto aborda o tema “Enfrentando a violência de gênero”
Encontro híbrido aconteceu na quinta (13), dando continuidade à formação de dirigentes e trabalhadoras do Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT
Escrito por : Lílian Parise, com informações do Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT 18 de março de 2025
Em mais uma tarde de reflexão e debate, o Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT promoveu o 7º encontro do FormaSin Mulher, curso de formação voltado para a história e a luta das mulheres no Brasil e no mundo. O sétimo encontro aconteceu na tarde de quinta-feira (13), presencialmente no auditório da sede do Sindicato, em Campinas (SP), com a participação online de companheiros e várias companheiras inscritas.
O tema abordado foi “Enfrentando a violência de gênero”, com uma apresentação feita por Guida Calixto, vereadora de Campinas (PT), educadora pública, advogada trabalhista, sindicalista e militante dos movimentos sociais.
Sociedade patriarcal
A convidada começou pelos conceitos de gênero, vinculados às construções sociais e não às características naturais: “O patriarcado é que orienta essa construção social, baseado em uma cultura estrutural e em relações que favorecem os homens, em especial os brancos, cisgêneros e heterossexuais, onde prevalecem relações de poder e domínio dos homens sobre as mulheres”.
Falou também da conquista da Lei Maria da Penha e do combate aos seis tipos de violência que as mulheres enfrentam: física, psicológica, sexual, patrimonial, moral e doméstica. E abordou vários aspectos do feminicídio: “Crime hediondo de extrema gravidade, que se refere ao assassinato de mulheres e, no Brasil, é uma realidade alarmante e preocupante diante do crescimento de casos”.
“Apesar da nova lei com penas mais severas para agressores, as mulheres vítimas ainda enfrentam desafios significativos para denunciar e buscar proteção, o que acaba trazendo as subnotificações das agressões e violências de gênero”, continuou.
Sobre o perfil das agredidas, destacou que “as mulheres vítimas de feminicídio possuem perfis variados, mas muitas são jovens, negras e de classes sociais mais baixas, refletindo desigualdades sociais e raciais”.
“O feminicídio está ligado a uma cultura de violência de gênero, que inclui fatores como misoginia, desigualdade de gênero, normalização da violência nas relações íntimas. Muitas vezes, esses crimes ocorrem em contextos de violência doméstica”, completou.
Combate é urgente
Para finalizar, antes do debate, a vereadora abordou movimentos de combate à violência e apontou como é possível enfrentar essa realidade: “É preciso romper o pacto de silêncio, investir em educação e conscientização sobre igualdade e direitos humanos, ter políticas públicas para proteger as vítimas e punir os agressores, dar acolhimento com apoio psicossocial, engajamento comunitário e uma legislação eficiente”.
Rosana Gazzolla, coordenadora do Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT, avaliou que “esse patriarcado machista acaba por aumentar drasticamente o número de violência contras as mulheres, realidade que estamos vivendo no Brasil, embora a Lei Maria da Penha tenha passado por uma reformulação recentemente, que aumenta a pena para o crime de feminicídio e que abarca os casais homoafetivos”.
E concluiu que “ainda temos muito para avançar nas políticas públicas e no fortalecimento dessa lei para que possamos lutar pela vida das mulheres. E o Coletivo de Mulheres do Sinergia Cut estará na luta não só por direitos e condições de trabalho, mas principalmente pelas nossas vidas”.
Por melhores condições de trabalho e renda. Nossa luta transforma vidas