Gestão da Auren Operações preocupa trabalhadores após seis meses de mudanças
Demissões em massa, aumento de acidentes e descumprimento de Acordos Coletivos marcam os primeiros 180 dias da nova administração da empresa
Escrito por Débora Piloni, com informações da Secretaria Geral do Sinergia CUT 4 de junho de 2025
Desde 1º de novembro de 2024, quando foi criada a Auren Operações, a partir da combinação de negócios entre a Auren Energia e a AES Brasil, os trabalhadores enfrentam um cenário cada vez mais preocupante. A nova gestão acumula denúncias relacionadas a demissões em massa, desestruturação de equipes, desrespeito a direitos e aumento alarmante no número de acidentes de trabalho.
Em apenas seis meses, quase 150 trabalhadores foram demitidos. Diversas equipes foram desfeitas, comprometendo diretamente a execução das atividades operacionais. Os relatos incluem descumprimento de Acordos Coletivos, desvio de função e unificação de benefícios com redução de valores, sempre em prejuízo aos trabalhadores. A situação se agrava com a ausência de técnicos de segurança em número suficiente. Em muitos casos, um único profissional tem que atender diversos locais ao mesmo tempo, o que é humanamente inviável, especialmente considerando os riscos inerentes ao setor elétrico.
O clima organizacional é outro ponto crítico. A insatisfação tem crescido entre os trabalhadores, gerando adoecimento físico e emocional, instabilidade pessoal e até familiar. Situações que antes eram raras, como pedidos de demissão, agora se tornam mais frequentes.
Além disso, a defasagem no quadro de trabalhadores tem levado a um cenário perigoso: os terceirizados estão atuando sem a devida supervisão do pessoal do quadro próprio da Auren. Com a nova política de trabalho, os trabalhadores precisam se dividir entre diversas frentes, sem condições reais de oferecer suporte técnico e de segurança adequado.
A pressão por resultados tem gerado consequências graves. Desde a mudança de gestão, houve praticamente um acidente de trabalho por mês, envolvendo tanto trabalhadores do quadro próprio quanto terceirizados, um número alarmante para qualquer setor, especialmente para o setor elétrico, conhecido por seu alto grau de risco. Para efeito de comparação, a quantidade de acidentes registrada nesses seis meses levou anos para acontecer sob a gestão anterior da AES Operações.
Sinergia CUT cobra solução e ameaça levar denúncias ao MPT
O Sindicato, desde o período de transição até aqui, vem tentando resolver os problemas de forma negocial. No entanto, as demissões já se tornaram tema de ações judiciais, enquanto outras irregularidades foram notificadas por meio de cartas à empresa. Caso não haja solução, a próxima etapa será levar as denúncias ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que já havia acionado a AES anteriormente por precarização das condições de trabalho e desvio de função.
Enfim, o Sinergia CUT reforça que Acordo significa consenso e aprovação mútua entre as partes ou que as opiniões estão alinhadas, por isso, deve ser respeitado. Fica a dica!
Sempre estaremos aqui: por +direitos, +empregos e + renda!