Campanha Salarial

CS 2025: Proposta é rejeitada na segunda rodada com a Auren Operações

Reunião aconteceu na quinta-feira (10). Quando os trabalhadores e trabalhadoras acharam que já tinham visto de tudo que é ruim, vem a Auren Operações e “pá”...

Escrito por Débora Piloni, com informações da Secretaria Geral do Sinergia CUT 11 de julho de 2025
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Autor da foto: Bira Dantas

A segunda rodada de negociação da Campanha Salarial 2025 com a Auren Operações aconteceu nesta quinta-feira (10), por videoconferência, e mostrou que, quando os trabalhadores acham que já viram de tudo o que é ruim… a empresa consegue piorar.

Participaram da reunião, além dos representantes da Auren Operações, dirigentes sindicais das três entidades que compõem o projeto Sinergia CUT (Sinergia Bauru, Sinergia Mococa e Sinergia Campinas), que representam os trabalhadores da empresa. Durante o encontro, a Auren apresentou uma “proposta” que sequer repõe a inflação do período. A justificativa? A área financeira da empresa havia “planejado” uma inflação menor do que a que realmente ocorreu. Pelo cálculo da empresa, o percentual foi de 4.5%, abaixo do valor apurado, que ficou em 5.35% (IPCA).

Mas não parou por aí. A proposta divide a categoria, pois o percentual apresentado só seria aplicado para quem recebe até R$ 12.903,00. Acima desse valor (R$ 12.903,00), parcela fixa de R$ 580,00. Na prática, a empresa quer criar trabalhadores de primeira e segunda classe. E para quem for admitido após a assinatura do Acordo, a situação fica ainda pior: vários direitos seriam cortados ou drasticamente reduzidos.

Veja alguns exemplos:

  • Gratificação de férias – seria paga a diferença entre a atual política de remuneração e legislação em rubrica a parte aos atuais trabalhadores, depois 1/3 dos salários para todos.
  • O mesmo aconteceria com o VA Natal e o VA adicional por ocasião do fechamento do acordo.  Nestes casos, os valores passariam para R$ 200,00 para o VA Natal e o VA adicional de assinatura do ACT não existiria mais. Neste último caso a empresa ainda vai estudar o impacto.
  • Para quem achou que o saco de maldade já estava vazio, a empresa também propôs o fim do pagamento do 13ª em janeiro. O pagamento seria somente por ocasião das férias ou no limite, pela legislação vigente, novembro e dezembro de cada ano.
  • Congela o valor da gratificação de férias, corta o implante dentário.

E o “saco de maldades” não terminou aí:

  • O crédito do VA/VR passaria do dia 15 para o dia 28 de cada mês.
  • O salário, que hoje é pago no penúltimo dia útil, passaria para o último dia.
  • Os cartões de VA/VR seriam substituídos por um único cartão que o trabalhador poderá utilizar na modalidade que lhe for mais conveniente.
  • E, para fechar o pacote, a empresa propôs não prorrogar o atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Rejeitada!

A proposta, como era de se esperar, foi rejeitada pelos sindicatos na mesa de negociação. Ela não atende nenhum dos dois pontos principais da pauta: reajuste de salários e benefícios com aumento real e prorrogação do ACT.

A reunião só confirmou o que todos já sabem: quando a situação está ruim, e está muito ruim, a empresa ainda consegue dar um jeito de piorar.

E agora?

O Sinergia CUT vai realizar assembleias informativas nas bases para detalhar tudo que foi apresentado pela empresa e discutir os próximos passos dessa Campanha. Participe!

 

Sempre estaremos aqui. Por + direitos, + empregos, + renda

 

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