Auren Operações: PPR 2025 em negociação
Empresa inicia apresentação de indicadores e metas. Sindicato cobra garantias de que trabalhadores não sairão prejudicados
Escrito por Débora Piloni, com informações da Secretaria Geral 31 de março de 2025
Em reunião realizada no último dia 20, a Auren Operações deu início à apresentação da proposta de Programa de Participação de Resultados (PPR) 2025. Logo de início, a empresa apresentou as principais diferenças entre o novo modelo de PPR proposto para a Auren Operações e o atual Programa de Lucros e Resultados (PLR) da companhia em um conceito geral referente ao modelo.
Durante essa reunião, os técnicos da empresa expuseram os primeiros indicadores que devem compor a proposta. O primeiro é o indicador de Saúde e Segurança, que, diga-se de passagem, não é sobre acidente e tem foco em atos inseguros e indicação de pontos de segurança.
Questionada pelo Sindicato sobre a definição de metas, a empresa informou que todos os trabalhadores serão devidamente informados até o mês de abril e que haverá uma auditoria em setembro para verificar o cumprimento dos pontos estabelecidos, e uma nova auditoria em dezembro, com a finalidade de apuração final.
O segundo indicador apresentado pela empresa foi referente à área de O&M, cuja meta será baseada no FID (disponibilidade unidade geradora). E serão medidos e apurados por “closter”, que estão assim divididos: Usinas do Pardo + PCHs / Barra Bonita, Bariri, Ibitinga e Promissão / Nova Avanhandava e Água Vermelha.
O terceiro indicador apresentado é o de Sustentabilidade, que faz referência às questões ambientais.
Por fim, ficou faltando a empresa apresentar os indicadores que farão parte do CO (Bauru) e da Área Administrativa, bem como os valores de remuneração da PPR.
Nova reunião
A reunião prosseguiu no dia 26, quando a Auren Operações deu continuidade ao processo de apresentação da proposta de PPR 2025. Durante o encontro, foram apresentados os indicadores de desempenho do Centro de Operação (CO) e da área Administrativa, bem como a metodologia de remuneração.
Vale ressaltar que, assim como as metas dos indicadores de Segurança e Sustentabilidade, parte das metas para a área administrativa e para o CO ainda serão elaboradas. E a própria elaboração dessas metas fazem parte do cumprimento de parte do indicador.
E uma observação importante: os trabalhadores do CO Campinas que serão transferidos para Bauru farão parte do programa da PPR da Auren Operações na sua integralidade…
Voltando: para compor a proposta de remuneração, a empresa utilizou o valor da PLR 2024 (R$ 14.550,00) + o percentual de remuneração da PLR individual que pode variar de 0.2 a 3 remunerações, dependendo do desempenho avaliado em três níveis. Esses valores a Auren Operações transportou para uma tabela com os indicadores propostos e que podem variar de de 100 (mínimo), 300 (alvo) e 500 (superação).
O modelo apresentado não considera o upside referente ao resultado de serviço que pode acrescentar até 20% ao valor base da PPR, o que representa R$ 2.910,00. Outro ponto é que a empresa utiliza o salário base como referência para os cálculos, em vez da remuneração do trabalhador. Uma outra observação a ser feita referente à proposta da empresa é que valor de R$ 14.550,00 não será reajustado.
Participe das assembleias informativas: o Sinergia CUT realizará assembleias informativas com os trabalhadores para discutir os pontos da proposta de PPR. O objetivo é colher dados na base e formular uma contraproposta que possa ser debatida em um processo de negociação com vistas a um possível acordo.
O Sindicato reforça que suas premissas permanecem: garantia de que não haja perdas para os trabalhadores, metas transparentes e factíveis, e contrapartidas por parte da empresa para assegurar o cumprimento do programa.
Reestruturação do CSC (Centro de Serviço Compartilhado)
Durante a reunião sobre a PLR, um tema de grande preocupação foi novamente trazido à tona: a falta de diálogo por parte da Auren Operações em relação aos processos de reestruturação e às demissões decorrentes dessas mudanças.
O Sindicato relembrou que a cláusula 24ª do Acordo Coletivo de Trabalho determina que qualquer processo de reestruturação deve ser discutido entre empresa e Sindicato, levando em consideração diversos fatores que afetam diretamente a vida dos trabalhadores. No entanto, segundo a entidade sindical, a empresa vem descumprindo essa cláusula ao não promover o devido debate sobre os impactos dessas decisões.
De acordo com representantes da Auren Operações, “deverá” ser iniciado um processo de discussão sobre o fechamento do Centro de Serviços Compartilhados (CSC) em Bauru. A transferência das atividades para Curitiba está prevista para começar em agosto e ser concluída até outubro de 2025. A empresa informou ainda que parte dos trabalhadores de Bauru será convidada a migrar para o CSC de Curitiba e outros para São Paulo.
O Sindicato, por sua vez, cobrou urgência na abertura desse processo de diálogo, ressaltando que é fundamental buscar alternativas para minimizar os impactos sobre os trabalhadores e evitar demissões.
A Auren Operações declarou que esse será o último processo de reestruturação na empresa. “O Sindicato só acredita vendo”, afirmam os dirigentes sindicais.