Nos últimos anos, o chamado “Dia sem Impostos” tem ganhado espaço em diversas cidades brasileiras. A proposta, promovida por entidades empresariais, consiste em vender produtos com descontos proporcionais aos tributos incidentes, simulando um cenário sem impostos. A intenção é chamar a atenção para o peso da carga tributária no bolso do consumidor.

Embora o debate sobre o sistema tributário seja necessário, a Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP) alerta para os riscos dessa narrativa simplificada. Os impostos não são um obstáculo ao desenvolvimento, mas sim ferramentas fundamentais para financiar serviços públicos essenciais, como saúde, educação, segurança, transporte e previdência.

O problema não está na existência dos tributos, mas na forma como são cobrados. No Brasil, quem tem menor renda acaba pagando proporcionalmente mais impostos, pois a maior parte da arrecadação vem do consumo. Já as grandes fortunas e os lucros financeiros são pouco tributados. Além disso, há desafios como sonegação fiscal, isenções excessivas e falta de transparência na gestão dos recursos públicos.

Por isso, a CUT-SP defende uma reforma tributária justa e progressiva, que alivie o peso sobre os mais pobres e cobre mais de quem pode mais. Também é fundamental investir em educação fiscal, para que a população compreenda como os tributos funcionam, como são aplicados e de que forma pode fiscalizar e exigir melhorias.

Mais do que um “dia sem impostos”, o Brasil precisa de mais consciência cidadã, justiça social e transparência no uso do dinheiro público.