O primeiro tópico do Boletim de Conjuntura de setembro é a questão da justiça tributária no Brasil. No final do mês passado, foi aprovada, na Câmara dos Deputados, urgência para votação do projeto de lei nº 1.087/2025, que trata da reforma no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). A proposta foi inclusive bandeira das reivindicações da classe trabalhadora em 7 de setembro, juntamente com a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1, temas do plebiscito popular que o movimento sindical e movimentos populares estão realizando desde julho desse ano em todo o país.

No ponto seguinte, sobre mercado de trabalho, destaca-se o aumento dos desligamentos a pedido do trabalhador.

O tópico 3, dedicado à análise da trajetória dos preços, apresenta as principais causas do recuo da inflação em agosto. O texto, no entanto, alerta para uma tendência de inflação positiva nos próximos meses, pois a economia brasileira continua crescendo, ainda que em patamar inferior a 2024. As reposições salariais alcançadas pelas categorias não podem servir de pretexto para o país continuar a praticar uma das taxas de juros mais elevadas do mundo, que implicam gastos anuais de cerca de R$ 1 trilhão com a dívida pública.

Nos temas das negociações coletivas e greves, o Boletim destaca o crescimento expressivo do número de paralisações no primeiro semestre de 2025. Esse aumento reflete a intensificação das mobilizações da classe trabalhadora diante das dificuldades impostas pela conjuntura econômica. Conhecer os dados detalhados sobre essas paralisações é fundamental para compreender como os trabalhadores têm recorrido a esse instrumento legítimo de pressão na luta por melhores condições de vida, salários dignos e valorização profissional.