MEIO AMBIENTE

CUT-SP participa de ações no Dia Internacional Contra as Mudanças Climáticas

Escrito por : Redação CUT São Paulo, com informações da Secretaria de Meio Ambiente 24 de outubro de 2024
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Autor da foto: Divulgação

O Dia Internacional contra as Mudanças Climáticas, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), é celebrado em todo o mundo no dia 24 de outubro com o objetivo de educar, informar e conscientizar a população mundial sobre os efeitos reais e catastróficos das emergências climáticas.

Todavia, a CUT-SP e demais organizações que organizam a Marcha Pelo Clima, entendem que este não é um dia de comemoração, mas sim de protesto, já que as mudanças climáticas são causadas pela ação humana gananciosa e afetam gravemente a temperatura e clima do planeta como um todo, gerando desequilíbrios ambientais e sociais extremos.

Por isso, a CUT-SP se juntou a um amplo espectro de organizações do campo da esquerda que organizam a Marchas Pelo Clima e apoiou a ação que estendeu, sobre as avenidas Radial Leste e 23 de Maio, faixas denunciando o papel do agronegócio na crise climática brasileira. A ação também serviu para um início de convocação da próxima Marcha Pelo Clima, que será realizada na cidade de São Paulo, no dia 16 de novembro de 2024, em local a definir.

As mudanças climáticas são causadas pelas atividades econômicas humanas que emitem Gases de Efeito Estufa (GEEs), cuja grande concentração na atmosfera faz aumentar a absorção de radiações solares, aprisionando parte do calor destas radiações na atmosfera, ampliando o “efeito estufa”, gerando o aumento das temperaturas médias globais, bem como gerando emergências climáticas.

Os impactos das mudanças climáticas estão nas grande enchentes do Rio Grande do Sul no primeiro semestre de 2024; estão nas secas recordes que atingem a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal pelo segundo ano consecutivo; nos ciclones extratropicais cada vez mais fortes e mais frequentes que atingem o sul e o sudeste do Brasil.

Os impactos das emergências climáticas estão em um mundo em que o ano mais quente da história, 2023, pode ser superado por 2024, já que nos últimos doze meses o planeta registrou uma média de temperaturas 1,64°C mais quente que as temperaturas da era pré-industrial. Estão em eventos meteorológicos cada vez mais extremos e mais frequentes como furacões, nevascas, secas, ondas de calor, tempestades: eventos que podem levar à perda de áreas agricultáveis, à diminuição na produção de alimentos, fome, disputas por territórios e por água potável.

Os Gases de Efeito Estufa (GEE) são lançados na atmosfera por meio das diversas atividades econômicas humanas que não param de se expandir e de poluir sob a necessidade de crescimento econômico infinito imposto pelo modo de produção capitalista.

No Brasil, em especial, o maior agente de destruição ambiental é o latifúndio-monocultor-agroexportador fantasiado de “agronegócio”, junto com o capital financeiro e seus representantes nos poderes judiciário, executivo e legislativo (como a malfadada Bancada Ruralista). É este setor que se aproveitou da fortíssima seca que sofremos para provocar queimadas criminosas e coordenadas. Queimadas realizadas para a apropriação de mais “terras virgens”, terras indígenas e terras públicas, onde poderão seguir com seu “modelo de negócio”: transformar florestas em plantações únicas ou pastos que matam a biodiversidade, plantações repletas de agrotóxico, muitas vezes fazendo uso de trabalho análogo à escravidão, para produzir carne e ração para porcos americanos e chineses.

Este cenário apocalíptico é causado por poucos, mas coloca a vida da maioria da população em risco, sendo que os mais pobres e vulneráveis são sempre os primeiros a sofrerem os efeitos maléficos. As crises ambientais afetam desproporcionalmente os pobres, os negros, os indígenas, as mulheres já que fatores como renda, nível de escolaridade, raça/cor da pele, gênero e local de residência determinam quem são as populações mais vulneráveis e impactadas.

Em manifesto da Marcha pelo Clima, a CUT-SP e outras organizações reivindicam investigação e punição aos responsáveis e mandantes dos incêndios criminosos que ocorreram no Brasil, com expropriação e proibição de atividades agropecuárias em terras desmatadas ou queimadas. Também reivindica investimentos nos órgãos de defesa do meio ambiente, como ICMBio, Ibama e demais órgãos ambientais federais, estaduais e municipais.

Por fim, a CUT segue em luta por uma Transição Ecológica Justa para os trabalhadores e trabalhadoras, uma transição ecológica que gere um novo modelo de desenvolvimento com recomposição e preservação do meio ambiente; com políticas públicas que busquem a equidade e justiça social; com distribuição de renda e riqueza; com emprego decente e salário digno; com a ampliação e o fortalecimento das políticas sociais universais como saúde, educação, saneamento e proteção social especialmente para as populações mais carentes; com equidade de gênero e justiça racial.

NÃO EXISTE GERAÇÃO DE EMPREGO, RENDA E DIGNIDADE EM UM PLANETA MORTO! 

NÃO QUEIMEM NOSSAS VIDAS! 

FLORESTA EM PÉ, AGRONEGÓCIO NO CHÃO!

 

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