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CUT-SP encerra 17ª Plenária com aprovação de propostas e plano de lutas

Encontro reuniu lideranças sindicais de todo o estado e definiu estratégias para combater retrocessos e fortalecer a mobilização nas ruas e redes  

Escrito por Rafael Silva - CUT São Paulo 21 de julho de 2025
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Autor da foto: Rafael Silva/CUT-SP

Após dois dias de intensos debates e deliberações, a 17ª Plenária Estatutária da CUT São Paulo foi encerrada na tarde deste sábado, 19 de julho. Realizada de forma híbrida, com participação presencial e virtual de lideranças sindicais de todo o estado, a plenária reafirmou o papel da Central como espaço de resistência, formulação política e articulação de lutas para enfrentar os desafios impostos à classe trabalhadora paulista e brasileira.

O encontro, iniciado na sexta-feira, 18, foi marcado por debates sobre temas centrais para os trabalhadores e trabalhadoras, como o avanço das privatizações promovidas pelo governo estadual, a necessidade de justiça fiscal, os impactos da inteligência artificial (IA) generativa no mundo do trabalho, medicina alternativa para a saúde dos trabalhadores, a defesa da democracia, da soberania nacional e o fortalecimento do Plebiscito Popular.

Presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart celebrou a grande participação nos dois dias de encontro, gerando debates aprofundados e que resultaram em boas resoluções. “Muita coisa da nossa agenda está relacionada com a conjuntura do país, por isso sabemos que precisamos reeleger o presidente Lula, mas se a gente não mudar o Congresso, alterar essa correlação de força, teremos dificuldades de avanças em projetos para a classe trabalhadora e suas famílias”, disse o dirigente.

Já no estado de São Paulo, representantes de sindicatos que compõem o Macrossetor do Serviço Público da CUT anteciparam que será construída uma forte campanha unificada do funcionalismo público contra os ataques do governador Tarcísio de Freitas aos serviços e servidores públicos. A CUT-SP e suas entidades filiadas têm denunciado o desmonte em curso no estado, que prejudica diretamente a população mais pobre e compromete direitos históricos do setor público.

“A CUT é um importante instrumento de luta para fazer esses enfrentamentos e resistir aos ataques do bolsonarista Tarcísio de Freitas. Temos que seguir dialogando com a população sobre os riscos que podemos enfrentar se esse projeto não for barrado”, afirmou o secretário de Administração e Finanças da CUT-SP, Douglas Izzo, que também compõem o Macrossetor.

No setor privado, lideranças alertaram para o impacto crescente da inteligência artificial generativa na precarização das relações de trabalho e na substituição de postos de emprego, especialmente nas áreas administrativas e tecnológicas. O tema deverá nortear novas frentes de atuação sindical no próximo período.

Outro destaque da plenária foi o fortalecimento do projeto Brigadas Digitais da CUT, que agora terá um foco na atuação dos dirigentes sindicais nos espaços virtuais, ampliando a presença da Central nas redes sociais e fortalecendo a disputa de narrativas com a classe trabalhadora.

“Temos a missão de ocupar as redes e as ruas. E o Plebiscito é uma boa oportunidade para se organizar nas praças, nos metrôs, nos trens, nos terminais de ônibus, pra que a gente possa realmente conversar com a população”, destacou a vice-presidenta, Ivone Silva.

No encerramento, a plenária reservou a tarde de sábado para a leitura, debate e aprovação das emendas ao plano de lutas da CUT-SP para os próximos meses. Também foram definidas as propostas que serão levadas à Plenária Nacional da CUT, que ocorrerá em outubro, contribuindo para a construção coletiva das estratégias da Central em nível nacional.

Além disso, os delegados e delegadas aprovaram moções de repúdio que expressam o posicionamento político da entidade diante de ataques recentes. Entre elas, estão o repúdio à decisão do governo de São Paulo de realizar a Conferência Estadual das Mulheres de forma virtual, desmobilizando a participação popular; repúdio à tentativa de chantagem feita por Donald Trump ao Brasil, em aliança com a família Bolsonaro; repúdio ao uso de avaliações externas como instrumento de punição e perseguição a professores da rede pública.

Na Plenária, também houve a oficialização de mudanças no quadro da direção. Com a morte do companheiro João Nazareth, em julho do ano passado, o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), no qual ele era filiado, indicou o professor Juliano Godoi para a vaga na Direção Plena. Já o ramo químico indicou a troca do companheiro Márcio de Paula Cruz, o Bob, por Marcos Antônio Alves, o Marcão Papeleiro, do Sindicato dos Papeleiros de Sorocaba, para a vaga na Plena. Bob passou a assumir outras funções em seu ramo.

Com a plenária encerrada, a CUT-SP reafirma seu compromisso com a organização de base, a unidade da classe trabalhadora e a construção de um projeto democrático, popular e soberano para o Brasil.

“Mais uma vez, ressignificamos uma plenária, um encontro com memória, resistência e luta. A nossa união formou a nossa unidade para gerar o que nós estamos vivendo, uma resistência à extrema direita, contra o bolsonarismo e tudo aquilo que é contrário à nossa soberania enquanto povo, enquanto nação. Que possamos sair desse encontro renovados e mais otimistas do que nunca. É possível chegar em 2026 e reeleger o presidente Lula e a maior bancada de deputados e deputadas e também senadores”, finalizou o secretário-geral, Daniel Calazans.

 

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