SOLENIDADE

Emoção e espírito de luta marcam abertura oficial da 17ª Plenária Nacional da CUT

Com homenagem ao ex-diretor João Batista Gomes, convocação para reforçar a defesa da democracia e debater desafios, plenária da CUT foi aberta oficialmente na noite desta terça-feira (14), em São Paulo

Escrito por r: Luiz R Cabral | Editado por: André Accarini (CUT Brasil) 15 de outubro de 2025
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Autor da foto: Roberto Parizzoti

A 17ª Plenária Nacional da CUT foi aberta oficialmente na noite desta terça-feira (14), em São Paulo, em uma cerimônia marcada pela emoção e pelo espírito de luta. Além da homenagem a um dos dirigentes mais combativos e atuantes do movimento sindical, João Batista Gomes (Joãozinho), falecido em abril deste ano e dá nome à plenária, a mesa oficial contou com a presença de lideranças da CUT, de centrais sindicais, movimentos sociais das frentes Brasil Popular e Povo sem medo, e partidos políticos.

A solenidade também exibiu um vídeo que ressaltou a identidade da classe trabalhadora e a responsabilidade do sindicalismo na construção de um país mais justo e democrático. Ao final, o grito coletivo de “sem anistia” ecoou pelo auditório, reafirmando o compromisso dos delegados e delegadas da CUT, vindos de todo o país, com a defesa da democracia.

Com o tema “Novos Tempos, Novos Desafios”, a plenária, que segue até o dia 17, ocorre de forma híbrida, com cerca de 200 participantes acompanhando remotamente, para atualizar e definir a estratégia de luta da central em defesa da classe trabalhadora frente às transformações no mundo do trabalho e diante das mudanças políticas, tecnológicas e ambientais.

Leia mais: No primeiro dia da 17ª Plenária da CUT, ex-ministro José Dirceu e o presidente da Central, Sergio Nobre, analisam a conjuntura política e econômica do país e o papel da classe trabalhadora

Compromisso com a democracia e os direitos sociais

Na mesa de abertura, a CUT reafirmou sua posição em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos sociais e trabalhistas. Em sua fala, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, destacou que a plenária busca formular respostas às transformações que impactam o mundo do trabalho.

O dirigente reforçou que “a militância sindical está preparada para enfrentar os efeitos das transições tecnológica e ambiental, que alteram as relações produtivas e desafiam o movimento sindical a se reorganizar” e que da plenária sairão resoluções importantes para o movimento sindical brasileiro.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, ressaltou “a necessidade de enfrentar a digitalização, a uberização e o avanço das big techs, que intensificam a precarização e enfraquecem a representação sindical”. Também alertou para o crescimento da extrema direita e sua tentativa de restringir direitos trabalhistas e o poder de mobilização das entidades.

Neiva defendeu, ainda, a construção de uma agenda política voltada para as eleições de 2026, com foco na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na ampliação da bancada parlamentar comprometida com o trabalho decente.

Também convidado especial, o presidente do PT, Edinho Silva, analisou o atual cenário político e destacou que a classe trabalhadora enfrenta um novo ciclo de disputas. Segundo ele, a rejeição da Medida Provisória 1303, que previa a taxação dos bancos, das bets e dos bilionários, expôs a antecipação do debate eleitoral de 2026.

“A derrota da MP 1303 não é apenas a rejeição de uma medida provisória, mas a recusa, por parte do Congresso, em discutir a democratização da renda. De um lado, avançamos com a isenção para quem ganha até R$ 5 mil e a desoneração até R$ 7.300. De outro, vimos setores do Parlamento se articulando para antecipar o embate político de 2026”, afirmou.

Entre os convidados da mesa de abertura estiveram o presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart; o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Canindé Pegado; o diretor-executivo da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Carlos Rogério; o secretário-geral da Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), Rafael Freire; Eric José de Souza e Costa Queiroz, representando a Frente Brasil Popular; Danilo Lopes, do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto (MTST); a diretora-técnica do Dieese, Adriana Marcolino; e Rosane Silva, representando a ministra das Mulheres e ex-diretora da CUT.

Também participaram representantes do PSOL, PCdoB, MST, UNE, MAB, Marcha Mundial de Mulheres e Fundação Perseu Abramo. Entre as lideranças políticas além de Edinho Silva, o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), o vereador Hélio Rodrigues (PT-SP), o secretário sindical do PT Nacional, Paulo Cayres.

Leia mais: CUT abre 17ª Plenária Nacional reafirmando luta por soberania, democracia e direitos

Joãozinho, Presente!

A homenagem ao dirigente sindical João Batista Gomes, o Joãozinho, falecido em abril de 2025 foi um momento de grande comoção na solenidade de abertura. O secretário-geral da CUT, Renato Zulato, e a diretora executiva Juliana Sales entregaram à família um quadro com sua imagem e um buquê de flores. Um vídeo exibido no telão relembrou sua trajetória de militância e contribuição para o movimento sindical.

“A melhor homenagem que podemos fazer a Joãozinho é seguir o exemplo que ele nos deixou como militante sindical e como ser humano”, afirmou Zulato. Joãozinho foi lembrado por sua dedicação e por usar com frequência o termo “formidável” para descrever reuniões e conquistas do movimento.

A Plenária

A Plenária Nacional da CUT é realizada a cada dois anos, após o Congresso Nacional da Central. Durante os quatro dias do evento, serão debatidos temas de interesse da classe trabalhadora, como a precarização do trabalho, o aumento da pejotização, a crise climática, a defesa da democracia e a soberania nacional, entre outros.

A 17ª Plenária Nacional da CUT João Batista é um marco de reafirmação da luta coletiva em tempos desafiadores e de transformação do mundo do trabalho.

Confira neste link a programação completa.

 

 

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