Com desaceleração nos preços da alimentação, inflação é menor em maio, diz IBGE
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,26% em maio, 0,17% abaixo do mês de abril
Escrito por Redação CUT 10 de junho de 2025
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a inflação oficial do país caiu no mês de maio em relação a abril.
A variação de 0,26%, ficou 0,17 ponto percentual abaixo da taxa de 0,43% registrada em abril. No ano, o IPCA acumula alta de 2,75% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,32%, abaixo dos 5,53% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio do ano passado, a variação havia sido de 0,46%.
Variação por grupos
No grupo de maior peso no índice, o de alimentação e bebidas, houve desaceleração de 0,82% em abril para 0,17% em maio, com a alimentação no domicílio saindo de 0,83% para 0,02%. Contribuíram para esse resultado as quedas do tomate (-13,52%), do arroz (-4,00%), do ovo de galinha (-3,98%) e das frutas (-1,67%). No lado das altas destacam-se a batata-inglesa (10,34%), a cebola (10,28%), o café moído (4,59%) e as carnes (0,97%).
“A queda nos preços do tomate pode ser explicada por um aumento da oferta devido ao avanço na safra de inverno, movimento inverso no caso da batata-inglesa, onde a safra de inverno ainda não é suficiente para suprir a demanda. Já no caso da cebola, questões relacionadas à importação do produto da Argentina influenciaram no aumento dos preços”, pontua o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves.
Também houve queda nos preços para quem come fora de casa. A alta registrada foi de 0,58% em maio, frente ao 0,80% de abril. O subitem refeição acelerou de 0,48% para 0,64% em maio, e o lanche, por sua vez, caiu de 1,38% em para 0,51% em maio.
Em Saúde e cuidados pessoais, que desacelerou de 1,18% em abril para 0,54% em maio, destacam-se os produtos farmacêuticos (0,69%), após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março, e o plano de saúde (0,57%).
Contribuindo para a desaceleração do IPCA de maio, o grupo dos Transportes apresentou recuo de 0,37% e impacto de -0,08 p.p. Essa queda foi impulsionada pelo resultado da passagem aérea (-11,31%) e dos combustíveis (-0,72%), todos registrando variação negativa em maio: o óleo diesel de 1,30%, o etanol de 0,91%, o gás veicular de 0,83%, e a gasolina de 0,66%.
O que aumentou
Com a vigência da bandeira tarifaria amarela no mês de maio, adicionando R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos, a energia elétrica residencial (3,62%) foi o subitem com o maior impacto individual no índice do mês (0,14 p.p.), destacando-se no grupo Habitação, que acelerou de 0,14% em abril para 1,19% em maio.
No grupo Vestuário (0,41%), sobressaem as altas na roupa feminina (0,84%), na roupa masculina (0,10%) e nos calçados e acessórios (0,10%).
Além de uma estabilidade, inflação fica no campo positivo em todas as localidades pesquisadas
Regionalmente, a maior variação (0,82%) ocorreu em Brasília por conta da alta da energia elétrica residencial (9,43%) e da gasolina (2,60%). A menor variação ocorreu em Rio Branco (0,00%) em razão da queda no ovo de galinha (-9,09%) e no arroz (-6,26%).
O IPCA se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
INPC tem alta de 0,35% em maio
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede o conjunto de produtos e serviços consumidos por famílias com renda mensal média entre um e cinco salários mínimos, também caiu em maio (0,35%) em relação ao mês de abril (0,48%). No ano, o acumulado é de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 5,20%, abaixo dos 5,32% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2024, a taxa foi de 0,46%.
Os produtos alimentícios desaceleraram de abril (0,76%) para maio (0,26%). A variação dos não alimentícios passou de 0,39% em abril para 0,38% em maio.
A pesquisa completa do IBGE pode ser lida aqui